Celebrado nacionalmente no dia 26 de setembro, o Dia do Surdo traz foco à luta por inclusão. O último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), de 2023, mostrou que o Brasil possui mais de 2,3 milhões de pessoas com algum grau de surdez.
Segundo o diretor da Escola Estadual de Educação Especial Reinaldo Coser, Jeferson Miranda, a Organização Mundial da Saúde sugere que até o ano de 2050, 900 milhões de pessoas podem desenvolver a surdez.
– Uma questão que sempre gera equívoco é em relação às pessoas surdo-mudas. Porque nem todo surdo é de fato mudo. A maioria das pessoas surdas não falam porque não aprendeu a falar – explica o professor.
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Conforme Thomaz Severo, presidente da Associação dos Surdos de Santa Maria, o que caracteriza uma pessoa muda é o não uso do aparelho fonador, que é o conjunto de órgãos e estruturas que produzem os sons da fala, seja para qualquer manifestação vocal. Uma forma que permite a comunicação é a linguagem de sinais, que é um tipo de fala. Atualmente, existem mais de 300 variantes da linguagem de sinais no mundo.
– A linguagem de sinais é responsável por parte da comunicação de surdos. Aqui no Brasil, temos a língua brasileira de sinais, conhecida por Libras. Dos cerca de 5% da população brasileira que é surda, boa parte utiliza a Libras – destaca o presidente da associação.
Em Santa Maria, a Escola Estadual Reinaldo Fernando Cóser tem como filosofia uma proposta de educação bilíngue para surdos, sendo Libras como primeira língua e o português, na modalidade escrita, como segunda.
– O ambiente linguístico tem como propósito promover o desenvolvimento do cidadão analítico, reflexivo, crítico, capaz de transitar emocional e intelectualmente pela sociedade –conclui Severo.
*Esta matéria foi originalmente publicada na edição impressa do Diário de Santa Maria de 27 de setembro de 2022